sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Casa abandonada

Casa abandonada

Ali, naquela rua onde eu morava, toda arborizada
o que mais chamava a atenção, era aquele casarão,
tão velho, quase caindo aos pedaços.
Sabia-se que da família Mendonça, só restava um,
diziam que ele quase não saia de casa, e ninguém sabia
que idade ele tinha. Um dia... não resití a tentação, é, entrei.
O portão da frente estava aberto, fui entrando,
com um certo receio de qualquer coisa inesperada
que dali pudesse surgir, pois ali onde  devia ter sido um jardim, o mato estava alto.
Continuei caminhando. Dei a volta na casa, vi que na parte de trás da casa havia uma horta, tinha cenouras, batatas, feijão, pimentão,cebolas, alface e outras verduras mais que eu não soube reconhecer.
Havia também um pequeno pomar, com frutas já maduras.
Mas o que eu tinha visto do lado de fora, não era suficiente para satisfazer minha curiosidade, portanto, respirei fundo,
me armei de coragem nos pés e no peito e lá fui eu
para dentro da casa, supondo, que muita coisa poderia acontecer.
Entrei, estava tudo aberto, as chaves só serviam de enfeite nas portas.
O primeiro espaço era a cozinha, que  estava vazia, a copa e a sala eram em conjunto, onde também não havia ninguém.
 No canto da sala vi uma grande escada.
Devagar vou subindo e mal termino o ultimo degrau ouço uma voz masculina falando com alguém:
Sabe Artur,  eu cheguei a conclusão  que de qualquer jeito, e,
em qualquer situação, se não estamos  sozinho, a vida pode ser  bem agradável, veja você,Artur, perdi os meus, um a um,no espaço de cinco anos, você ouviu meu choro, meu desespero esteve a meu lado o tempo todo, nunca se queixou de nada, suportou tudo em silencio, tive sempre a certeza de que  você lia meus pensamentos, meus estados de espírito, não sei se um dia vou poder retribuir a sua amizade.
 Vem cá companheiro vem receber meu abraço.
 hau hau !!!
Surpreso, vi, que o Artur é o amigo fiel do homem  e também
O grande companheiro do homem que ali mora.
 Dei meia volta com a certeza que naquela casa não estava
 faltando ninguém

03-06-97- Monica Puccinelli

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